Dissecando a entrevista de Marcos Sá ao «PÚBLICO»


Antes de entrarmos no assunto principal deste post relembramos aos nossos leitores que, querendo, podem continuar a votar nos 2 inquéritos a decorrer. Aquele que consideramos mais importante «Em quem vai votar?» está disponível clicando AQUI.

O outro «Quem vai ganhar a eleição para a Presidência da Câmara Municipal de Oeiras?» pode ser acedido AQUI.

Marcos Sá, do PS, é um potencial candidato à presidência da câmara municipal de Oeiras. As sondagens que têm sido conhecidas dão-no em 3º lugar nas preferências dos oeirenses. Foi deputado à Assembleia da República, pelo que está associado ao período negro da governação do Partido Socialista e de bancarrota a que nos conduziu José Sócrates. Nesta entrevista, Marcos Sá aparece a sacudir a «água do capote», timbre dos que estiveram com José Sócrates e que fizeram parte da sua corte.

Vamos à entrevista que deu ao jornal PÚBLICO e mostrar aos oeirenses aquilo que ele não disse e deveria ter dito.

À questão «É deputado à assembleia municipal há 12 anos. Como avalia a oposição do PS nos mandatos de Isaltino Morais?» responde com meia verdade «A oposição do PS nos últimos anos tem-se batido pela transparência e pela fiscalização clara da actividade camarária», mas como o jornalista José António Cerejo sabe mais a dormir do que ele acordado, dá-lhe logo uma berlaitada:

«Mas essa não terá sido sempre a posição do partido. No penúltimo mandato, o cabeça de lista do PS acabou por se juntar a Isaltino Morais, aceitando um lugar numa empresa municipal

Resposta do Marquinhos: «É verdade, mas nós temos uma perspectiva um bocadinho diferente. A partir do ano de 2009, fizemos um percurso que assenta em recusar pelouros e não aceitar qualquer lugar político ou de nomeação política para qualquer empresa municipal. E fizemo-lo de uma forma unânime dentro do PS. Na altura, eu era presidente da comissão política da concelhia de Oeiras, apresentei uma moção depois das eleições, que foi aprovada por unanimidade, e muitos dos meus camaradas que tinham lugares de gestão no município e que estavam integrados nas empresas municipais demitiram-se e regressaram aos seus lugares de função pública e a outros que tinham.»

A VERDADE: Marcos Sá, a nº 2 da sua lista, Alexandra Moura, não esteve 3 anos ‘’encaixada» na Parques Tejo? Ao contrário do que V. afirma ela não se demitiu, foi trocada por Pedro Simões, ex-vereador PSD, em função do negócio Isaltino/Alexandre Luz que permitiu a viabilização da governação municipal! Emanuel Martins manteve o lugar/tacho no LEMO até o levar ao fundo, João Viegas foi avençando, avençando, até ao fim, sem fazer um das Caldas na CMO!

Sobre o SATU é curto e grosso: é para fechar!  É pena não dizer o que vai fazer à infra-estrutura. O Oeiras Mais Atrás propõe que seja transformada numa pista de skate, pista de gelo ou pista para bobsleigh.

Diz ainda Marcos Sá: «Os estudos de mobilidade e de viabilidade económica que foram feitos na altura não me inspiram confiança absolutamente nenhuma. Eu não estou cá para fazer fretes à Teixeira Duarte, estou cá para defender os interesses dos munícipes.»

CONCORDAMOS: os estudos de viabilidade e de tráfego encomendados pela câmara são feitos ‘’à medida’’ do contratante, a CMO.

Quanto ao Taguspark, Marcos Sá refere que terá de haver alterações. CONCORDAMOS: as rendas têm de baixar e a derrama também, acompanhando a queda na procura. Oeiras perdeu a Microsoft e não conseguiu o pólo da Universidade Nova, que vai ficar em Carcavelos, bem perto do Forte de S. Julião da Barra.

Sobre o plano de pormenor relativo à margem direita do Jamor, na Cruz Quebrada, presentemente em discussão, Marcos Sá diz que «Temos de avaliar, não podemos deixar aquilo como está. Na [antiga fábrica da] Lusalite, temos um problema ambiental e de saúde pública gravíssimo, no pulmão de Oeiras, junto ao complexo do Jamor. Ou seja, na Cruz Quebrada/Dafundo, que quero tornar a capital do desporto ao ar livre, há a maior concentração do país de amianto. Há estudos, que são muito complexos, sobre a disseminação do cancro nesta zona.»

CONCORDAMOS: aquilo não pode continuar assim. O plano de pormenor é, em termos globais, uma mais-valia para quem ali mora, cuja qualidade de vida melhorará significativamente. Dizer ‘’não’’ desde já sem discutir o plano de pormenor, ainda que o IOMAF tenha posto as populações a olhá-lo de lado por ter sido colocado em consulta pública no mês de agosto…

CONCORDAMOS com a sua avaliação sobre o Palácio do Marquês de Pombal: «Este executivo está a pôr lá os serviços camarários. É fundamental darmos dignidade àquele espaço e criarmos actividade cultural no município. O dr. Isaltino Morais queria lá fazer um hotel de charme…»

É verdade, Dr. Marcos Sá, essa era a intenção do Dr. Isaltino Morais, só que ele já não é o mesmo como você refere na entrevista e deixou-se enrolar por Madalena Castro, Nuno Vasconcelos e por alguns dirigentes que logo que tomaram conhecimento da saída do INA ‘’descobriram’’ que tinham sangue azul! Nem queira saber as romarias que se fizeram ao Palácio. Não ouviu falar na “queda eminente” do edifício dos Serviços Técnicos? Foi a maior trapaça da história recente da CMO! Foi um crime, é um crime, o que tem sido feito num conjunto de edifícios classificados como ‘’monumento nacional’’.

Sobre a política de habitação para jovens, que apenas existe na propaganda do IOMAF, CONCORDAMOS com a sua análise e propostas.

É também de enaltecer a sua preocupação com os mais idosos e com o envolvimento da sociedade civil no apoio aos mesmos.

TENDEMOS A CONCORDAR com a sua análise sobre os dois PSD, que ele apelida de de ‘’PSD actual’’ e ‘’PSD mau’’.

Sobre o IOMAF sem Isaltino ou sobre a candidatura de Paulo Vistas debaixo dos cartazes com o nome e foto de Isaltino refere que «Essa fraude permanece nos cartazes de Paulo Vistas. Só significa que não tem capacidade de liderança e que vive à sombra do passado.» CONCORDAMOS: Paulo Vistas teve medo de ir a votos sem o ‘’chapéu’’ de Isaltino Morais, diga ele, Paulo, o que disser.

Marcos Sá afirma que não quer seguir as pegadas de Isaltino Morais, sim as do Marquês de Pombal. O Oeiras Mais Atrás pergunta-lhe: quem são os seus Távora e o seu Duque de Aveiro?

AVALIAÇÃO FINAL: gostamos das respostas de Marcos Sá, mostra que está ao corrente dos problemas e das necessidades do município. Outra virtude foi discutir Oeiras, pensar Oeiras, não ”fugiu” para discutir a dívida de Santarém que é só o que o IOMAF e os seus homens de mão sabem fazer. Não querem discutir Oeiras, querem discutir Santarém. Marcos Sá, se ganhar (e julgamos que pode ganhar a presidência devido à divisão do “PSD actual” e do “PSD mau”) aconselhamo-lo a reunir-se dos melhores e das melhores, não se deixe abocanhar pela máquina partidária e pelo Partido da Câmara.